A pergunta do título se torna emblemática, diante de tantos problemas que acontecem na famigerada BR-101. Na altura do Morro dos Cavalos. Acidentes acontecem, ok! Mas quando acidentes acontecem sempre no mesmo lugar, com um maior grau de periculosidade é porque algo está errado.
O acidente de ontem, neste local, que incendiou 22 dois veículos, deixando cinco pessoas feridas, poderia ser evitado? Talvez não, mas os danos poderiam ter sido claramente minimizados caso a região tivesse infraestrutura adequada, como acostamento ou os túneis tão prometidos, desejados e não entregues, por exemplo. E não dá para jogar a culpa somente no Governo Federal por ter diminuído o repasse no orçamento para o Estado. Também não podemos culpar somente o Governo do Estado por estar levando a situação de arrasto há anos sem cobrar medidas efetivas da concessionária que administra aquele trecho. Tampouco podemos culpar somente a concessionária que exige aditivos e mais verba em seu contrato para realizar as obras necessárias. Nem os parlamentares que parecem andar em círculos, tentando resolver um problema grave como este há tanto tempo, mas que não conseguem tirar nada do papel.
Talvez a culpa fosse de todos eles se o problema tivesse surgido ontem, o que
não é o caso. Muita água rolou embaixo dessa ponte, muita gente passou pelo
poder – tanto a direita quanto a esquerda – e nada foi feito de fato. Muitas
reuniões, muitos planos, muitos projetos, mas nada de resolver ainda a vida da
população. O que será que estão esperando acontecer mais? Esperamos que cinco
pessoas feridas não tenham sido pouco para chamar a atenção das autoridades.
Esperamos que não seja necessário mais acidentes fatais, mais tombamentos, mais
filas, mais transtornos e prejuízos à população para que, pelo menos, governos
estadual e federal se unam para tentar encontrar a solução. Não é a hora de
apontar o problema, é hora de correr atrás da solução. Não podemos fazer de um
problema sério como este uma moeda de troca da política, porque o que está em
jogo são os direitos dos catarinenses.
Pressão com manifestação
Enquanto
isso, o governador Jorginho Mello (PL) esteve novamente ao lado do
ex-presidente Jair Bolsonaro, no ato realizado na Avenida Paulista, pedindo
anistia aos presos do 8 de janeiro. Bolsonaro e o PL tentam de todas as formas
pressionar os outros partidos e o Congresso Nacional a aderirem ao movimento,
usando figuras importantes do cenário político que, inclusive, estão em
ascensão nacional. Mas apesar do apoio irrestrito ao “Capitão”, o governador
catarinense não teve direito a fala, a catarinense Carol De Toni (PL), deputada
federal, foi quem se fez ser ouvida pela multidão em um breve discurso sobre
perseguição à direita e direitos humanos.
Depois da manifestação, Jorginho seguiu para o Morro dos Cavalos, para conferir
o tamanho do estrago causado pelo tombamento da carreta carregada de etanol.
Fonte: Notisul