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Dia Nacional de Doação de Órgãos faz uma reflexão sobre este importante tema

Todos os anos, diversas ações são realizadas, a fim de aumentar a abrangência de potenciais doadores e apoiar a doação

Publicada em 27/09/23 às 19:48h - 23 visualizações

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Dia Nacional de Doação de Órgãos faz uma reflexão sobre este importante tema
Doação de órgãos  (Foto: Foto: Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro)

Dia 27 de setembro é, celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos, um momento que destaca a importância desse gesto que pode salvar vidas. No mês passado, o apresentador Fausto Silva, que recebeu um novo coração, trouxe à tona a relevância desse ato solidário. 

Doar órgãos pode beneficiar e preservar a vida de, pelo menos, dez pessoas. Atualmente, no Brasil, há uma lista de espera com 65 mil indivíduos aguardando por transplantes de órgãos, sendo o rim o órgão mais demandado, com mais de 36 mil pacientes à espera. 

A córnea é o segundo órgão mais requisitado, com aproximadamente 25 mil pessoas na fila, seguida pelo fígado, com 2.228 solicitações, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O transplante de medula também apresenta uma fila significativa, com 650 pessoas, conforme informações do Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome).

Entre janeiro e junho de 2023, o país registrou 1,9 mil doadores efetivos de órgãos, de acordo com dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Esse número representa um aumento de 16% em relação ao mesmo período de 2022 e é o maior dos últimos 10 anos. Os órgãos mais doados foram os rins, seguidos do fígado e do coração. No entanto, no ano anterior, cerca de 42% das famílias não consentiram com a doação, mesmo quando a morte encefálica estava comprovada, conforme dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Apenas menos de 20 em cada um milhão de pessoas são doadoras de órgãos, agravando a fila de espera por um transplante.

Os órgãos que podem ser doados incluem coração, rins, pâncreas, fígado, pulmões, além de tecidos como córneas, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical. Alguns desses órgãos podem ser doados durante a vida, como um dos rins, metade do pulmão, parte do fígado e a medula. Outros só podem ser doados após a morte encefálica, que geralmente resulta de traumatismo craniano ou AVC (acidente vascular cerebral).

Todos os anos, diversas ações são realizadas, a fim de aumentar a abrangência de potenciais doadores e apoiar a doação, e neste ano, a campanha “Transforme-se” tem este objetivo. O projeto acontecerá entre os meses de setembro e dezembro e vai contar com uma série de vídeos documentais, em que transplantados contam suas histórias de vida e todo o processo de receber um novo órgão, além de postagens e publicações que visam a conscientização.

A campanha é apoiada por algumas organizações sociais, entre elas o Instituto do Bem, Instituto Gabriel, Associação da Medula Óssea (AMEO) e Associação Brasileira de Transplantados (ABTX), e busca passar a mensagem de que, por meio da doação, a vida de outras pessoas pode continuar. O ato é também a esperança que renasce para quem está na fila.

Uma das pessoas beneficiadas por um novo órgão e que teve uma nova chance de viver, foi a fotógrafa Priscilla Fiedler. Ela, que sempre teve uma rotina saudável, começou a passar mal, e logo que foi ao médico descobriu que estava com um quadro de anemia, desenvolvida por conta de uma doença renal crônica. Neste momento, ela teve duas opções, a de iniciar o tratamento de cabeça erguida ou se entregar à doença, e a segunda opção não passou por sua cabeça um dia sequer.

“Um dia eu estava trabalhando e no outro eu estava no hospital fazendo hemodiálise. Não foi uma doença progressiva em que eu fui fazendo tratamento. Eu descobri de um dia para o outro e foi bastante impactante, mas eu resolvi levar isso e aceitei fazer o tratamento”, explica Priscilla.


A espera

Desde o início do tratamento, a fotógrafa mergulhou na agonia de integrar a fila de transplante, dando início a uma espera que parecia uma jornada infinita em busca da ligação de esperança tão ansiada. Seis meses se arrastaram de forma tortuosa, cada dia de hemodiálise uma provação insuportável. Apesar da aparente brevidade da espera, para ela, esses seis meses foram uma eternidade, carregada de incerteza e angústia. Ela acredita que a raridade da compatibilidade sanguínea desempenhou um papel crucial nessa espera interminável.

Embora a fila de transplante siga uma ordem cronológica, ela está repleta de prioridades baseadas na gravidade dos casos e na compatibilidade entre doador e receptor. A média de espera por um rim, que era a esperança de Priscilla, costuma ser de três a quatro anos. No entanto, de alguma forma, a fotógrafa conseguiu vencer as estatísticas e receber seu transplante muito antes do previsto.

“Tem que ter a cabeça fria, porque quando você enfrenta uma doença, você tem que ter em mente que vai dar certo e sempre esperar o melhor, além de tentar levar a vida da melhor forma possível, antes e depois. Eu me preocupo muito mais com a saúde do que antes e faço muitos exames de rotina”, destaca a fotógrafa.

A vida após o transplante

O transplante ocorreu em 2019, e após a cirurgia, uma nova Priscilla nasceu. “Foram diversas transformações, na saúde, na mentalidade e na vida por completo. Tudo aquilo que você pensava antes, você passa a pensar de uma forma diferente e passa a ter uma outra visão do seu dia a dia, além de dar valor a coisas que antes não dava. Muda muito nossa cabeça depois disso”.

Cinco anos depois, Priscilla leva uma vida normal e cheia de esperança. Em analogia ao seu trabalho, a fotógrafa explica que da mesma forma em que ela aumenta a autoestima de diversas pessoas por meio de suas lentes, em sua vida ocorreu da mesma forma, tendo uma verdadeira renovação e novas formas de ver o mundo e todos ao seu redor.

“Quando uma pessoa é doadora de órgãos ela fornece a vida e a esperança para outra pessoa que está esperando na fila. Imaginamos que salvar uma vida é um poder de super-herói, ou de um bombeiro ou um policial, mas você também tem esse poder. É uma decisão para a vida toda, e você tem que se sentir orgulhoso disso”, finaliza a fotógrafa.

Como se tornar um doador de órgãos?

Critérios para Doação de Órgãos e Medula Óssea: Conheça as Regras e Possibilidades

Doar órgãos é um ato de generosidade e solidariedade que pode salvar vidas. No entanto, existem diretrizes e critérios importantes que devem ser seguidos para tornar-se um doador. Aqui, apresentamos informações essenciais sobre a doação de órgãos e medula óssea.

Requisitos para Doação de Órgãos

Para ser um “doador vivo”, é fundamental atender aos seguintes critérios:

  • 1. Boas Condições de Saúde: O doador deve estar em boa saúde para minimizar riscos durante a doação.
  • 2. Avaliação Médica: É necessário passar por avaliações médicas para determinar a adequação da doação.
  • 3. Capacidade Jurídica: O doador deve ser capaz juridicamente de tomar essa decisão.
  • 4. Consentimento: O mais crucial é que o doador concorde voluntariamente com a doação.

Legalmente, parentes próximos, como pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos, podem ser doadores. No entanto, se a doação for destinada a alguém que não seja parente, é necessária autorização judicial.

A idade e o histórico médico não são barreiras para ser um potencial doador. A viabilidade da doação de órgãos e tecidos é determinada com base na avaliação corporal por meio de exames clínicos, de imagem e laboratoriais no momento do óbito. É crucial comunicar à família o desejo de ser doador, uma vez que, no Brasil, a realização de transplantes de órgãos depende de autorização familiar.

Existem algumas restrições: pessoas com diagnóstico de tumores malignos, doenças infecciosas graves agudas ou doenças infectocontagiosas, incluindo HIV, hepatites B e C, e doença de Chagas, não podem ser doadores. Além disso, aqueles diagnosticados com insuficiência de múltiplos órgãos, afetando o coração, pulmões, fígado e rins, não podem doar esses órgãos.

Doação de Medula Óssea

A doação de medula óssea é outro ato nobre que pode proporcionar esperança a pacientes em necessidade. O processo envolve os seguintes passos:

  • 1. Cadastro no Redome: Para ser um doador de medula óssea, basta se cadastrar no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
  • 2. Coleta de Amostra de Sangue: Uma amostra de sangue (10 mL) é coletada para realizar o exame de tipagem HLA.
  • 3. Doação: Quando um receptor compatível é identificado, o doador é convidado a realizar a doação, que ocorre em um centro cirúrgico.

Doar medula óssea é uma maneira de oferecer uma segunda chance de vida a pessoas com doenças graves do sangue. A solidariedade e o comprometimento dos doadores são inestimáveis para aqueles que aguardam ansiosamente por um transplante. A doação de órgãos e medula óssea continua a ser um ato de esperança e amor ao próximo. 

FONTE: Publicado Por: Gabriela SpencerData de Publicação: Em: BiologiaCiência e EducaçãoESPECIALEstilo de Vida & ModaHealt




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