A inclusão de mais dois registros ampliou para quatro o número de mortes por leptospirose em menos de um mês de enchentes no Rio Grande do Sul. Conforme boletim publicado nessa quinta-feira (23) pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), as vítimas mais recentes são dois homens, de 50 e 56 anos, residentes em Porto Alegre e Cachoeirinha (Região Metropolitana).
Os casos fatais haviam sido registrados nos dias 18 e 19 de maio, mas só agora tiveram confirmação oficial por meio de testes de laboratório. Já os dois óbitos anteriores, também notificados nesta semana, tiveram como pacientes um idoso de 67 anos, residente em Travesseiro (Vale do Taquari) mas que faleceu em Lajeado, e um homem de 33 anos em Venâncio Aires (Vale do Rio Pardo).
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda, causada por contato direto ou indireto com uma bactéria presente na urina de animais contaminados (sobretudo ratos). Água ou lama em áreas de enchente são um dos vetores de risco.
Somente neste mês já foram reportados ao menos 54 casos da doença entre os gaúchos. A doença já estava presente no Rio Grande do Sul antes da catástrofe climática das últimas semanas: dados oficiais apontam 129 casos e seis mortes entre janeiro e abril deste ano, ao passo que 2023 teve 477 testes positivos e 25 desfechos fatais.
Saiba mais
Conforme o Ministério da Saúde, a leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira. Sua penetração no corpo se dá por meio da pele com lesões ou por mucosas (nariz, boca etc.). Também infecta indivíduos sem ferimentos mas que permanecem imersos durante longos períodos em água contaminada.
O período de incubação (intervalo entre a transmissão e o início das manifestações dos primeiros sintomas) pode variar de um a 30 dias. Normalmente, esse processo se dá entre 7 e 14 dias.
Principais sintomas na fase inicial: febre igual ou maior que 38ºC, dor na região lombar ou panturrilha, dor de cabeça e conjuntivite. Em estágio avançado da doença, pode ocorrer tosse, hemorragias e insuficiência renal.
A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas além do risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves. Sua ocorrência está relacionada às condições precárias de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados.
Chuvas voltam a inundar algumas ruas de Porto Alegre
Porto Alegre voltou a registrar ruas inundadas menos de uma semana depois de o nível do Guaíba ter baixado. A água alcançava a altura do joelho de moradores e trabalhadores das mais diversas regiões da cidade nesta quinta-feira (23). Após dias de trégua, a chuva voltou a atingir a cidade desde as primeiras horas do dia.
Conforme a Estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no bairro Belém Novo, somente nesta quinta, foram contabilizados, às 16h, quase 130 milímetros, volume que ultrapassa o esperado para todo o mês de maio, que é de 112,8 milímetros.
Fonte: O Sul