Desde a sanção da Lei Maria da Penha, em 2006, agosto se tornou um mês simbólico na luta e conscientização contra a violência à mulher. Em 2024, os números em Santa Catarina são preocupantes: de janeiro a junho, foram registrados 32 feminicídios, 18.612 casos de ameaças e 15.661 pedidos de medidas protetivas, segundo a Secretaria da Segurança Pública e o Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
Nos casos de feminicídio, 80% das vítimas não tinham registrado ocorrências anteriores, e 68% dos agressores não possuíam histórico de violência doméstica. Esta realidade revela o medo das mulheres catarinenses em denunciar seus agressores, que frequentemente são companheiros ou ex-companheiros.
A deputada Luciane Carminatti, secretária da Mulher da Assembleia Legislativa, destaca a relevância do Agosto Lilás na conscientização sobre a violência contra a mulher. Ela enfatiza a necessidade de ações que promovam mudanças culturais na sociedade.
A Lei Maria da Penha foi criada para punir e coibir a violência doméstica. Maria da Penha sofreu violência por 23 anos e sobreviveu a duas tentativas de homicídio cometidas pelo marido. Suas cicatrizes físicas e psicológicas impulsionaram a criação da lei que hoje protege milhares de mulheres.
Em 2023, foram solicitadas 28.167 medidas protetivas e registrados 57 feminicídios em Santa Catarina. Nos primeiros seis meses de 2024, já são 15.661 medidas protetivas e 32 feminicídios, números que demonstram a urgência de ações mais efetivas.