A fumaça provocada pelos incêndios tem coberto dezenas de cidades em várias regiões do Brasil nos últimos dias.
Neste domingo (25/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em suas redes sociais haver indícios de que as queimadas pode estar sendo provocadas e disse que a Polícia Federal vai investigar o caso.
"Não há, até agora, nenhum incêndio detectado por causas naturais. Significa que tem gente colocando fogo de maneira ilegal", afirmou o presidente no X.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse também no domingo que os incêndios registrados no interior de São Paulo são atípicos e precisam ser investigados. Ela comparou a situação atual com o "Dia do Fogo", quando produtores rurais do Pará realizaram através de uma ação conjunta uma série de incêndios na Amazônia, em agosto de 2019.
"Tem uma situação atípica. Você começa a ter em uma semana, praticamente em dois dias, vários municípios queimando ao mesmo tempo. Isso não faz parte da nossa curva de experiência na nossa trajetória de tantos anos de abordagem do fogo", disse Marina, segundo o portal G1.
"Do mesmo jeito que nós tivemos o 'dia do fogo', há uma forte suspeita de que agora esteja acontecendo de novo", afirmou.
Em São Paulo, a situação se agravou na última sexta-feira (23/8), quando o Estado registrou 1.886 focos de queimadas — mais dos que os 1.666 registrados durante todo o ano passado. Em relação ao mesmo mês no ano passado, o aumento foi de mais de 880%.
Dois funcionários de uma usina em Urupês, região metropolitana de São José do Rio Preto, morreram enquanto combatiam as chamas.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (Inpe) informa que o Brasil registra 4.928 focos de calor.
Isso significa que apenas o Estado de São Paulo respondeu por 38% de todas as queimadas do país, conforme mostra comparativo feito pela empresa de meteorologia MetSul.
Segundo informações da Secretaria do Estado divulgadas no domingo (25/8), 46 municípios estão sendo monitorados e estão em alerta máximo para queimadas.
"A fumaça vêm sendo transportadas pelos ventos. A condição de tempo seco nos últimos dias, somada ao efeito de aproximação de uma frente fria, que alinha os ventos de noroeste para sudeste e os deixa mais intensos, têm favorecido a propagação e proliferação de queimadas, bem como dificultam a respiração.